terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uniões efémeras


Tudo se separa, nem tudo se junta.
São as gotas de água quando o gelo se derrete, são as folhas das árvores quando o vento passa, são os corpos depois do pecado carnal.
Achamos que somos um, deixamos de ser dois, mudamos como metade e perdemos tudo. Perdemos a noção de metade, não sabemos agir como metade, precisamos de voltar a ser um, mas já não dá.
Procuramos outra metade. A história repete-se.
Justificação? Não há “uns” perfeitos mas metades compatíveis.
Mas a verdade é que também existem metades muito pouco compatíveis. São género antíteses, completam-se de uma forma bastante peculiar, nunca deixando de ser aquilo que realmente são, opostos.
No fundo todos queremos ser um todo destes. Uma oposição tão bonita, mas tão difícil de manter. É talvez por ser tão bonita que nos damos a esse esforço.
Este tipo de todo é o mais doloroso de separar. Duas metades tão inteiras, tão intensas, tão ricas.
A outra metade segue, encontra outra metade. São muito compatíveis mas tão banais enquanto todo. Tão iguais a todos os outros, mas tão felizes…
A metade que outrora foi nossa encaixa agora perfeitamente com uma metade pobre.
Se custa? Sem dúvida. Mas eu não queria ser mais pobre por causa disso.
Orgulho? Inegavelmente isso. Certamente outra coisa.



Beatriz

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um obrigado sem reticências


Ouvimos, não prestamos atenção a todas as entrelinhas e explodimos. Basta uma, uma única linha dessas e já estás perdido. Especulas e o teu sistema límbico destrói a tua presença. Vá lá, controla-te! Impossível.
Ouviste tudo, disseste tudo, será que restou alguma coisa? O silêncio instala-se e os olhos molhados desfazem a fronteira entre a guerra e a paz. Pelos vistos restou.
São nove horas da noite e a única fome é desejo carnal. Seja feita a sua vontade. Quebraram-se os limites da moralidade, não interessa saber mais nada.
Um homem, uma mulher, dois corpos, o universo. É a lei da atracção.
As entrelinhas estão lidas, os corpos suados. O sistema límbico ainda não está satisfeito. Medo. Outra vez não.
- Que temes tu coração cigano?
- Promete que desta vez vai ser diferente.
- Prometo. E nisto um corpo envolveu o outro. Amor puro, nu e ousado.
- Obrigada.


Beatriz

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Alone, by Hermann Hesse


Over the earth there lead
Many roads and paths,
But all have
The same goal.

You can ride and travel
By two and by three,
(But) the last step
You must go alone.

So there is no knowledge
Or skill so good,
But that everything difficult one must
Do alone.

Hermann Hesse



Beatriz

sábado, 29 de agosto de 2009

PAREM, DEVEM-ME DIREITOS DE AUTOR!

NÃO SUPORTO QUE COPIEM OS MEUS TEXTOS E METAM NOS HI5'S E ETC!
SÊ ORIGINAL, NÃO COPIES.

Beatriz

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Regatear níveis de felicidade


É tudo tão efémero, e como num piscar de olhos tudo o que julgamos garantido desaparece entre os nossos dedos. Eu podia fazer todas as perguntas que quisesse sabendo que a resposta ia ser a mesma, AMO-TE.

Sabendo de tudo, como sei, chego a conclusão que tudo o que sabia até aqui não faz qualquer sentido! Contigo descobri sentimentos que nem sabia que haviam em mim. Quero com isto dizer que tens as chaves das tais portas, e havemos de fazer janelas para partilhar as suas chaves. De certo que o castelo por vezes está bem fora dos teus limites, mas nem assim deixas de te fazer ao caminho.

Todos os dias há mais um bocadinho de mim que se rende aos teus encantos, e são tantos! Consegues com cada coisa tenha um brilho especial, pois a mim só me falta saltarem os olhos de tanto brilharem. Cada provação que nós passamos é mais uma pedra que mandamos para o posso, ainda havemos de construir um forte por cima dele.

Essencial é o que tu és. Foste tu que me vieste salvar de saltar para o outro lado!


Sempre aqui.


Ricardo

domingo, 21 de junho de 2009

Amo-te

Quando amamos como se o amanhã não existisse
Quando o amanhã deixou de existir, só temos o outro.

-Tens os olhos vidrados!

As certezas são todas, mas há verdades que custam a ouvir, então as assas são cortadas. Elas vão-se, mas os anéis ficam. Os castelos dos putos e dos homens deixaram de ser só castelos agora transformaram-se num mundo só nosso.

-Tas todo babado.

E depois há as Madalenas que nos visitam de quando em vez. E tem de ser tudo tão difícil? Pensava que estas coisas só aconteciam aos outros. Parece que não sou assim tão forte como julgava.

- Não quero que isto acabe.

Tens de ser forte, se bem que as raízes são essenciais, a flor e que transporta a nova vida. E sei que só te tenho a ti.

-Não é assim que vais conseguir mudar.

Metem-te numa batalha que não é a tua e que ao principio já esta perdida. Eles não sabem mas eu nem cavalo tenho. E quem precisa de um quando não se tem nada para vencer.

-Tenho orgulho de quem sou.

-Tenho orgulho de quem és, meu homem.




Sempre aqui.

Ricardo